quinta-feira, 12 de agosto de 2010

De volta ao lugar de onde nunca saí

Pessoal, fecho nesse momento as portas deste templo por tempo indeterminado para voltar meus esforços para onde nunca deveria ter saído. A quem interessar possa, continuarei postando de tudo nesse endereço: www.imperiodasletras.com

Espero vê-los, vocês cinco, por lá.

Até breve.

Fabio

domingo, 27 de junho de 2010

Como baixar filmes da Internet em 10 passos

Meus queridos 5 seguidores me mandaram uma enxurrada de e-mails perguntando porque andei sumido quase todo o mês de Junho. Entre muitas outras coisas, respondo que andei trabalhando, coisa que pode não parecer mas faço bastante e tenho feito com mais fervor ultimamente.
Mas como são 23:30hs de Domingo e daqui a 30 minutos começam minhas férias, resolvi aqui me vingar com este texto e em nome todos vocês leitores fiéis, do mal que me consumiu todo esse tempo.

Sem dar muitos detalhes, descobri que é muito difícil levar as pessoas de graça ao cinema. Não estou falando de convidar para um filme romântico aquela menina que não quer nada contigo, isso todo mundo sabe que é difícil. Estou falando de coletividades, de gente, muita gente. Bem, resolvi um dia que seria ótimo para muita gente se conseguisse levar muita gente de graça ao cinema. E também convenci muita gente disso. Arrumei muita gente para repetir por aí que era uma boa idéia e muita gente comprou a briga. O problema é que ninguém dessa multidão tinha a mínima noção de como fazer isso acontecer. Nem eu.

Com todo esse pessoal do meu lado, começamos a colocar a mão na massa e a idéia, que parecia óbvia como simplesmente convidar a garota, tornou-se uma verdadeira via crúcis. Contas que não fechavam, tributos misteriosos, negociações com poderosos, tudo o mais que faria do acontecido roteiro de um thriller, se não tivesse esse final tragicomico que me levou a essas linhas.

Fazendo curta essa longa estória, fato é que a grande idéia não saiu do papel. Muita gente ficou sentida, muita gente saiu ferida, e muita gente tá trabalhando nesse minuto (juro! 23;30hs de Domingo!) para arrumar outra boa idéia. A esses últimos, meu real afeto.
Mas ainda acreditando na idéia e na força multiplicadora da Internet, confio em vocês, bravos seguidores, para passar adiante a mensagem que lhes deixo à partir de agora: se não podemos levar todos para verem filmes, vamos levar filmes para todos verem. E é sobre isso que trata esse post, muito bem resumido em seu título. Abaixo, segue um passo-a-passo para a consecussão da coisa.

Passo 1 - você precisa ter uma Internet banda larga qualquer. 1Mb de banda dá pro gasto.
Passo 2 - você tem que baixar e instalar um programinha chamado Bit Comet e outro chamado KazaaLite Megacodec. Não vou dar o link pra não acharem que estou aqui defendendo a pirataria. Defendo a cópia apenas para consumo próprio. E também não me perguntem o que eles fazem, nem se passam vírus, nem se mandam e-mails automáticos para sua base de contatos. Para se fazer um omelete, há de se quebrar alguns ovos. Mas, confiem em mim, que sejam os menores.
Passo 3 - você precisa se cadastrar num site chamado Legendas.tv. Esse não tem como, o próprio nome já é o endereço. É um site que reúne um monte de pessoas desapegadas que passam seu tempo livre arrumando as legendas dos filmes. Alguns se intitulam até como salvadores de vidas. Eu acredito.
Passo 4 - não vou ensinar como, mas você tem que procurar no site por um filme que você queira assistir e ele vai te dar a legenda. Na verdade você vai baixar um arquivo compactado (.rar ou .zip) onde estarão as legendas (.srt) do filme que você quer. Além disso, ele vai te dizer para qual "release" é essa legenda.
Passo 5 - você vai copiar o nome desse "release" e procurar no Google antecedido da palavra "torrent" e o Google vai te mostrar quantos cyber-meliantes existem por aí copiando DVDs e BluRays etc.
Passo 6 - clique em um dos links que apareceram na pesquisa do Google (dê preferência para os do site The Pirate Bay, mas com o tempo e o uso, você ficará mais macho para tentar em outros sites também)
Passo 7 - clique sempre na opção "download torrent" e ele vai baixar um arquivo que você terá que abrir naquele primeiro programinha que você baixou, o Bit Comet.
Passo 8 - aguardar o download...isso pode levar dias...mas seja perseverante. Enquanto você aguarda, é bom tentar entender como o Bit Comet funciona: quanto mais downloads você faz, mais rápido são os seus downloads seguintes. É uma rede interconectada que troca um arquivo de filme (que é grande para a Internet) na forma de vários pedacinhos, ou seja, você baixa o filme todo, mas um pedacinho de cada vez e de várias pessoas diferentes,
Passo 9 - uma vez baixado o filme grave ele na mesma pasta onde você gravou a legenda (.srt)
Passo 10 - coloque pipoca no microondas e dê 2 cliques no arquivo do filme! Pronto, você conseguiu!

E se Wyrd bið ful aræd (O Destino é Inexorável), é assim que completo minha vingança sobre ele que não me deixou levar as multidões que eu queria de graça ao cinema. E ainda presto um serviço essencial em dias em que um cineminha com aquela menina difícil, que já custou muita lábia, muitos minutos e muitos SMS no celular, ainda não sai por menos de R$ 60,00...um absurdo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Enfim, Lost. Ou carta aberta aos produtores.

Prezado J.J. Abrams e demais roteiristas e produtores de LOST.
Sou cliente LOST desde 2008 e venho por meio desta documentar minha insatisfação com o serviço prestado pela série.

Longe de mim duvidar dos bons escrúpulos e boa-vontade dos senhores e das empresas do grupo prestadoras diretas ou indiretas do serviço a qual essa reclamação de dirige. Simplesmente gostaria de dar voz a minha consciência que, nesse momento, encontra-se aviltada pelo conteúdo a mim ofertado.
Eximirei de comentários negativos as 4 primeiras temporadas pois tendo-as baixado gratuitamente de sites da internet, não me vejo no direito de pedir maiores explicações sobre ursos polares, árvores arrancadas pelas raízes e demais tripulantes coadjuvantes do Oceanic original.

Porém, uma vez tendo-me associado à TV por assinatura pela qual chega a mim o conteúdo dos senhores, e, por conseguinte estando em dia com os todos os pagamentos devidos aos senhores pelos direitos e royalties cobrados, sinto-me na obrigação de aventar minha insatisfação quanto ao serviço prestado pelas temporadas 5 e 6 oferecidas pelos senhores e contratadas por mim a partir de 2008, ano já citado anteriormente.

Recuso-me a acreditar que os senhores, profissionais que são, tenham escrito o episódio final da série como se escreve uma listas de compras, dez minutos antes de sair de casa, uma vez que a complexidade da relação de vários acontecimentos descritos nas trama anterior e a necessidade de solução de todos os mistérios, devam exigir um acompanhamento tão árduo como o trabalho do continuista na produção da série.

Mas foi essa a sensação que tive quando vi o Jack, após ter restituído a misteriosa rolha que fazia jorrar a água dourada, sozinho perambulando na floresta antes de morrer. Pensei “Peraí, pra descer foi mó perrengue...mas pra subir a água dourada ajuda? Como assim?!”. Aliás, não entendi nada quando o Desmond tirou a rolha e a água parou de jorrar. Devia jorrar com mais força, não? Pelo menos é isso que acontece na minha banheira quando tiro abro o ralo...mas vai entender os mistérios que rondam essa ilha.

Aliás, a ilha escolhe seus campeões de forma muito estranha. Tudo bem o Locke ter voltado a andar quando caiu na ilha...a ilha o escolheu. E pra manter a coerência, a ilha escolheu o rolo de silvertape que o japa que ouve os mortos usou para consertar a hidráulica do avião. Mais sagaz que o McGaiver, o cara conserta um avião que caiu numa ilha apenas com a santa silvertape. Na boa, ela é tão messiânica que o próprio japa desabafa algo do tipo “In silvertape we trust”. Aliás, esse japa é um iluminado mesmo pois esta sempre na hora certa, no lugar certo e encontra a pessoa certa pra levar pro lugar mais importante do momento. Afinal, foi ele que achou o Lapidus boiando no mar quando ia em direção ao avião...mas vai entender os mistérios que rondam essa ilha.

Outra coisa, a ilha também escolhe um de Cristo pra zoar. A meu ver foi a Claire. Coitada da menina, primeiro que já chegou grávida, depois que ficou com o hobbit que acabou morrendo no meio do caminho (o que não deixa de ser bom pra ela), brigou com a protagonista, destruiu seu cabelo loiro escorrido, lá pelas tantas o filho sumiu...Deus me livre, a ilha poderia ter aliviado a barra dela. E no final, só de sacanagem, ela volta a ficar com o hobbit para toda a eternidade...que karma!

Mas sacanagem mesmo eu achei que foi com o Rodrigo Santoro. A performance do cara foi como a do Brasil na Copa de 82: no papel era imbatível, tinha apoio da massa, todo mundo achava q ia longe mas foi desclassificado logo logo. Até aí, tudo bem. Entendo que foi uma forma de criar audiência num público internacional pra render alguns trocados no começo da descida da ladeira da série. O pior é que ele não foi nem convidado pra festa final na igreja, ala final de novela da Globo: todo mundo reunido, feliz, se abraçando...e apesar de também ter sido dentro de uma igreja, faltou um casamento coletivo. Aliás, perdeu uma boa oportunidade de agradar o público brasileiro que já antevia isso e uma cena final do Ben internado num manicômio.

E , por fim, o que me deixou mais indignado foi quando caiu a ficha que o resto não tinha mesmo explicação. Venho tentando achar um porque para todas as informações dos flashbacks, das realidades paralelas, da metafísica e só consigo chegar a uma explicação plausível: a existência deles na ilha era um reflexo do ego individual em uma superposição alusiva ás suas realidades correntes e contemporâneas, desembocando um fluxo imaterial de dissoluções e ressoluções de realidade, em cuja aplicabilidade das leis da natureza reverte e reverbera em sintonia com um plano mental intermediário onde a realidade se molda frente a um esforço de vontade e que liga todos os personagens num vértice meta-esquizofrênico.

Quando cheguei a essa conclusão, percebi que todo o objetivo da série já estava contido no próprio título e foi o que entregou no final: enfim, Lost.

Após todas as razões acima descritas, gostaria de informar que estou descontinuando minha assiduidade á série Fashfoward, também de autoria dos senhores e que, por vias secindárias, já fui informado que vão deixar no meio do caminho e que, aguardo ansiosamente que o Spielberg ensine a vocês como contar uma história até o fim, já que é com ele a vossa mais nova incursão no meio áudio-visual no filme “Super 8”.
Sem mais, subscrevo-me.

Fabio Minervini

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cada escolha pressupõe uma perda

Cada escolha pressupõe uma perda


A cada momento que nos deparamos com a difícil tarefa de abrir mão de alguma coisa em prol de outra nosso pobre coração vacila. E é exatamente essa característica que nos diferencia dos outros seres vivos que nos causa mais sofrimento. A nossa consciência treinada pelo tempo a acumular e ter, se contorce toda vez que nos é imposta uma decisão. Evitamos a escolha na medida em que a decisão pressupõe uma perda. E o peso da perda nos angustia e assombra.

Curioso que exatamente essa nossa função (ou ilusão, como alguns preferem) é ao mesmo tempo nossa cruz e nossa redenção. A mesma consciência que nos estimula ao racional, ao cartesiano, a concreto, também nos impõe a projeção, a possibilidade, o abstrato. Somos os únicos na Terra que precisam justificar suas escolhas e aceitar suas consequencias. As opções nos torturam. Não há sofrimento na rosa cuja missão é perfumar nosso jardim. O peixe não sofre em sua submissa entrega ao anzol. Não ha angústia nas árvores ao produzirem suas sobras e frutos. Qual a nossa missão?

Por outro lado, precisamos a todo momento achar algo superior ou mais importante que justifique nossas escolhas e nos amenize o sofrimento causado pelas perdas que elas pressupõem. Nesse quesito, cada um tem para si critérios específicos. Mas para todos pesa a responsabilidade inerente a cada mudança de curso e, dessa forma, pode-se escolher a a semeadura, mas a colheita é obrigatória. Talvez seja esse mais um motivo que nos afaste delas. A vida sempre é mais simples sem elas. Se podemos ter tudo, o que há para sofrer?
Nossa conscência, então, nos empurra no caminho inverso e sofremos pela impossibilidade, por nossa peuliar pequenez. Queremos abraçar o mundo, mas somos formigas abraçando sequóias. E a consciência dessa pequenez nos dói e, mais uma vez, nos empurra na direção oposta.
Hoje ainda mais, diante de tantas opções, decidir é perder cada vez mais. Neste exato momento, pensem a infinidade de coisas perddas enquanto você lê este texto. Espero ter valido à pena.