FICHAS DE FLIPERAMA
Não achei exatamente um pula-pula, mas tinha uma máquina, um simulador de corrida que movia tanto o banco que, na boa, poderia-se dizer que era um pula-pula...ou um vira-vira...ou um mexe-mexe...acalmem-se novamente os assanhados.
Imbuído então de espírito rejuvenescente, fui até a banquinha e pedi algumas fichas. A menina então abriu um sorrisinho e me informou que eu teria que comprar um cartão. Peraí, cartão!? Não quero fidelidade..pelo menos não aqui nem agora! Que diabos eu vou fazer com um cartão? São as fichas - disse a atendente. E como eu faço pra tirar as fichas? Passa na maquininha e ela cospe. Pensei, deve fazer algum sentido ela não me dar agora..segurança para as criaças não engolirem, talvez.
Fui. Peguei meu cartão com a caroça do Curinga fazendo a encarar-me horrenda e passei na maquininha. Fiquei feliz, ela cuspiu-me 5 fichas. Beleza. Cadê a máquina do carro? Voltei lá e procurei a boca onde se põe a ficha...uma vez...dus vezes...cadê essa merda? Em vez disso, um sensor vermelho brilhava sob meu olhar desavisado. Era a boca...não uma boca engolidora de fichas mas uma lambedora de cartões! Uma chupadora de créditos! Levei algum tempo até processar a minha situação...órfão das minhas referências. Tentei desfarçar a cara de bunda...olhei pra um lado e para outro para ver se alguma outra máquina tinha a boca que eu queria...mas nada. Todas eram máquinas de ponta, alta tecnologia, high-tech-DVD-blu-ray-process. Ou algo parecido. Só eu era analógico ali.
BOCA ENGOLIDORA DE FICHAS
Com vergonha até de pedir meus "créditos" de volta...fui até um cantinho onde as máquinas mais idosas se escondiam. Lá, jogos de azar aceitaram o que eu tinha para lhes dar...mas só me deram algumas piscadelas verdes e amarelas, uns toques estridentes e mais nada.
Saí, com minha filha nos ombros, pois se eu não tinha o poder de transformar as máquinas do fliperama, ela tem o poder de transformar pai em pula-pula.
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