sexta-feira, 18 de setembro de 2009

The song will never remain the same

O mundo está mudando. Essa frase é tão batida que já se ouvia há 2000 anos AC. Aliás, um dos significados das pinturas rupestres de Lascaux significavam já isso!



Pode ser apenas o sinal da idade chegando, mas fato é que junto com essa constatação trágica, vem também a necessidade de fazer algum registro do modo neo-jurássico deste que vos fala. Trocando em miúdos, tenho aqui uma oportunidade de deixar um legado sobre as inutilidades da vida...ou da minha vida, que pode muito bem ser da sua também.

Dito isso, continuo...o mundo está mudando. Me dei conta disso quando vi o certificado de óbito do CD. Quem tem mais de 50 anos tavez já tenha sofrido pela morte de outros utensílios do dia-a-dia como maquinas de escrever, telefones de disco, etc. Mesmo tendo usado algumas vezes essas coisas, confesso que não cheguei a apegar-me tanto a elas e sua passagem, que Deus as tenha, não me afetou.
Por outro lado, outro dia caiu a ficha que faz uns 20 anos, pelo menos, que não adquiro um CD deflorado. Digo deflorado em contra-ponto ao CD virgem! Aquele que ainda temos que usar em alguns gadgets fadados à morte. O virgem é figurinha fácil..tá em qualquer lugar, com qualquer conteúdo. Do baile funk ao clássico, do pornô ao noir. Enfim, desses ninguém tem saudade ainda.
Eu tô falando daquele CD que a gente ficava juntando trocado pra comprar...que vinha com aquele livrinho que, mesmo não tendo nada, gostávamos de segurar enquanto degustávamos o CD pelas primeiras vezes. Esse sim morreu e ninguém sente saudade. Lembro que o primeiro CD que eu comprei foi do Pink Floyd: The Final Cut. Caralho! Como fiquei feliz nesse dia. Parecia até que eu estava fazendo alguma coisa proibida de tão pilhado! Fui na lojinha, onde eu achei ele mais barato, e com dinheiro mesmo paguei a compra. Saí de lá e a primeira coisa que fiz, ainda no ônibus, foi tirar o selo amarelo de "Preço Facil" que vinha colado. Daí em diante foi êxtase por mais ou menos uns 2 meses.


PINK FLOYD - THE FINAL CUT

Já o último já foi uma compra mais consciente. Renaissance - Scheherazade and Other Stories. Um disco clássico da banda com 5 faixas...preço? 50 reais! Imbuído do senso de colecionador, engoli à seco e paguei. Recebi o produto uns 3 dias depois num pacote que deve ter feito a volta ao mundo de tanto selo e carimbo que tinha! No meio desses 3 dias entre comprar e receber (que tb é tema para outro post!!) descobri um site na Internet chamado Mininova! E minha vida mudou! Pra quem não conhece, o Mininova é um maná de tudo que vc já pensou em conseguir de vídeo, música, programas, imagens...é a versão mais que melhorada do E-Mule. Enfim, perdi uns 20 minutos descobrindo como a parada funciona e, para testar, tentei baixar o MP3 do disco que haviada acabado de comprar Renaissance - Scheherazade and Other Stories. Surpresa a minha...estava com as 5 faixas em menos de 10 minutos na minha máquina!


RENAISSANCE - SCHEHERAZADE AND OTHER STORIES

E foi assim que o CD entrou na UTI. Sim, pois ainda tinha alguma chance de sobrevivência...caso o som fosse ruim, chiado, etc...mas nem perto disso. Tão bom quanto o CD em si, adotei de vez o MP3 e o download ilegal! Agora quando baixo alguma coisa da Internet, me vem aquela mesma sensação de quando comprei o primeiro CD. Só que agora estou realmente na ilegalidade!

2 comentários:

  1. Acho que não só o CD como todas as mídias "físicas" estão mortas ou quase... O DVD por exemplo tá por um fio (Eu já não utilizo mais) os assassinos dele são de um bando chamados CODECS DE COMPRESSÃO rsrs que conforme vão evoluindo vão melhorando a qualidade dos arquivos digitais e jogando uma pá de areia na bolacha à laser.
    Outro sinal disso é o lançamento de defuntos. Como?
    HD-DVD - Morreu antes de nascer, só que muitos acham que isso foi um triunfo do tal Blue-ray... QUE NADA CÁRA PÁLIDA. O Blue Ray não pegou e nem vai pegar, o digital não tá dando espaço pra isso.
    A nuvem tá passando e aumentando, só que em vez de cair algo dela, as coisas são abduzidas

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  2. Infelizmente ainda não me livrei do "fetiche" desta mercadoria. Devo ser um dos poucos otários a comprar cds. Faço meus downloads também, mas não resisto - esta semana mesmo, edição comemorativa de "Stormbringer", tive que perder meus cobres para o Seu Saraiva.

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